Postmortem
Esse programa foi um projeto que decidi fazer durante a pandemia. Ele era relativamente intenso, foi o primeiro do tipo que participei que focava em formação de lideranças. Foi um dos poucos programas online que eu realmente aprendi coisas valiosas para o resto da minha vida. Muito disso se deve principalmente pelo fato de eu ter, diferentemente de oportunidades anteriores como BSBMUN, Cientista Beta e NAIMUN, me comprometido a seguir com as atividades independentemente da natureza delas. A diferença que ser intecional e ter o objetivo bem definido fazem é imensa.
A idea era que no período da manhã teríamos aulas e palestras diversas e à tarde faríamos o projeto mão na massa que estávamos idealizando nos moldes da filosofia Design Thinking. A primeira coisa que eu gostei do projeto foi a forma como eles decidiram montar o grupo. Eles utilizaram o famoso questionário do 16 personalities e outros dois testes de personalidade creio. A partir dos resultados eles criaram uma mistura com as personalidades de cada um com o objetivo de formar os melhores grupos. O mais interessante é que o meu grupo no final foi o que mais se manteve unido até o final, do que eu acho que foram 3 - 4 meses.
Nosso projeto infelizmente não deu muito certo. Mas eu gostava muito da ideia dele, tinha um certo microecossistema econômico que fazia ele girar. A ideia básica era que iríamos ajudar a categoria de idosos (ideia que eu defendi e convenci a maioria a trabalharmos com) para gerar renda extra para aqueles que não tinham meios para viver com a renda básica deles.
Essa era a dor que achamos depois de entrevistar idosos de uma casa de auxílio da comunidade de Heliópolis em São Paulo. Preciso dar crédito a seja lá qual dos nossos dois mentores que ajudaram a coordenar e combinar essas entrevistas, eu tinha sérias dúvidas que realmente iria ser possível em razão de termos que fazer tudo online. Apesar de as entrevistas terem sido bem sucedidas, o meu maior receio veio se concretizar, pois a dificuldade logística de botar o projeto para rodar com todos os stakeholders trabalhando remotamente foi a cicuta do projeto.
A ideia era simples, criaríamos um sistema de benefício social para os idosos em que lojas cadastradas dariam descontos em compras para eles e em troca nós faríamos marketing e divulgação para eles pro bono.
A etapa de achar os idosos era simples, o difícil foi fazer a parceria com os estabelecimentos. No final tivemos que pivotar e a pessoa que mais tentou fazer dar certo essa nova solução, não tão empolgante quanto a original, foi a Alessandra, ela estava informalmente responsável por fazer a gerência do projeto como um todo. O plano era fazer uma rede de ensino para alfabetização digital de uma comunidade de senhoras que trabalhavam com artesanato. Basicamente tutoriais que não tenho muita certeza que trariam muito valor para elas se elas podiam facilmente acessar o youtube e o google.
No final o projeto morreu e o CEO do futuro acabou; eu, a Alessandra e outra participante fomos indicados ao prêmio melhor aluno, mas claro e com toda razão a Alessandra levou o prêmio.
Experiência 8/10, só não foi melhor devido à pandemia. A parte do design thinking é bem legal e útil quando se quer construir um produto/solução que realmente traga valor e não que invente um problema novo. A única coisa que faria diferente é, se tivéssemos mais tempo, investir em um método mais estatístico para a parte de entrevistas e contatos com o público alvo, pois entrevistamos poucas pessoas para chegar em uma decisão embasada.